quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Diabetes não tem sintomas e pode trazer riscos, alertam especialistas

07/12/16 | Rodrigo Gasparini - rodrigo.gasparini@jcruzeiro.com.br


Por ser uma doença muitas vezes assintomática e pela falta de políticas públicas mais eficazes de prevenção, há quem só descubra o diabetes num grau mais avançado, quando as complicações podem ser sérias. Por isso, fazer exames anualmente é fundamental para a detecção da doença o mais breve possível.
 
O tipo 2 acomete cerca de 90% das pessoas que sofrem de diabetes. Ele aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz -- ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. "Quando faz o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, como redução de álcool e tabagismo e a prática de exercícios físicos, por exemplo, a pessoa vai ter uma evolução mais favorável", diz o médico endocrinologista Antonio Roberto Maestrello.
 
Já o tipo 1, mais raro, aparece geralmente na infância ou adolescência e é tratado com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. Seus principais sintomas são perda de peso, sede, fome e urina em excesso.
 
Os números ligados à incidência de diabetes são elevados. A doença atinge atualmente 415 milhões de pessoas no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No ano passado, 5 milhões de pessoas morreram em decorrência da enfermidade. "É urgente que se façam políticas públicas de prevenção, detecção e tratamento", comenta Maestrello.
 
Exame anual
 
Como não há uma maneira de detectar quem terá ou não a doença (embora o histórico familiar aumente as chances), é muito importante realizar a prevenção e o exame anual, pedido por um médico. "Às vezes, a pessoa faz o exame e fica até surpresa, porque não tinha sintomas. Se não fizer, acaba sendo diagnosticada alguns anos depois, já com algum nível de complicação e começa o tratamento meio tarde", afirma o médico.
 
O diabetes pode trazer complicações como derrames, infarto e problemas de circulação, que podem até ocasionar a amputação de membros. "O tipo 2 tem o fator ambiental muito importante, além do genético. As pessoas mais obesas, sedentárias, têm risco maior. Se conseguir melhorar a alimentação das pessoas, os hábitos de vida e manter o peso adequado, consegue diminuir a incidência", afirma Maestrello, destacando que 30 minutos diários de caminhada já são suficientes para ajudar na prevenção.
 
Mesmo quem se cuida e faz exames regularmente pode ser vítima da enfermidade. Porém, nesses casos a tendência é que o diabetes demore mais a aparecer. Assim, além de viver mais tempo sem a doença, a pessoa ainda terá o tratamento facilitado, já que a detectou precocemente. "Quanto mais cedo o fator de risco (obesidade, por exemplo) se apresentar, mais cedo a complicação vai aparecer. Não dá para ignorar a doença. Se tratar adequadamente, a chance de ter uma complicação séria diminui. Mas tem que tratar, tem que levar a sério", alerta o médico.


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